Biólogos da Alemanha e do Canadá descobriram que o coronavírus é capaz de penetrar nas células do pâncreas, multiplicar-se dentro delas, causando distúrbios no ciclo da glicose no corpo humano. Isso foi relatado na quarta-feira pela TASS com referência aos resultados do estudo.
“As observações do estado de saúde dos portadores do coronavírus mostram que a infecção costuma causar distúrbios no ciclo da glicose em seus corpos, mas as razões para isso não eram claras para nós. Mostramos que o SARS-CoV-2 pode penetrar nas células exócrinas e endócrinas do pâncreas, incluindo as células beta que produzem insulina”, escreveram os cientistas em um artigo publicado na revista Nature Metabolism.
Os pesquisadores chamaram a atenção para o fato de que muitos dos infectados com COVID-19 interromperam a circulação normal de glicose no sangue.
Eles estudaram se as células pancreáticas produzem receptores ACE2 e a proteína TMPRSS, que são necessários para a penetração do vírus, e investigaram como as culturas desses corpos interagem com o agente causador do COVID-19.
Descobriu-se que muitos tipos de células do pâncreas, responsáveis tanto pela produção quanto pelo transporte de hormônios, incluindo a insulina, produziam grandes quantidades de ambas as proteínas. Isso possibilitou que o coronavírus penetrasse e se multiplicasse no interior das células, espalhando-se de uma para a outra.
Segundo os cientistas, a penetração do COVID-19 nas células das ilhotas beta leva ao desenvolvimento de distúrbios na produção de hormônios. Isso, por sua vez, explica por que muitas pessoas infectadas com o coronavírus interromperam a circulação da glicose e desenvolveram pancreatite aguda.
Anteriormente, os médicos notaram que o diabetes aumenta significativamente o risco de morte e é exacerbado durante a infecção por coronavírus.